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Superexplotação de poços artesianos: perigos e cuidados

Superexplotação de poços artesianos: perigos e cuidados

É fato que poços artesianos se apresentam como uma excelente solução para o abastecimento hídrico: por sua economia, possibilidade de autonomia e qualidade da água. Contudo, essa não é uma fonte inesgotável de água, já que a superexplotação de poços é um problema que compromete a vazão dos poços e do aquífero regional.

Entenda neste artigo o que a superexplotação de um poço artesiano significa e como manter boa gestão do recurso hídrico utilizado.

 

A água subterrânea

A água, especialmente a água doce, é um recurso natural de extrema importância não só para a humanidade, como também para todos os ecossistemas. Seja para alimentação, agricultura, saneamento básico, indústrias e outras atividades produtivas, a água é o elemento-chave que mantém o funcionamento saudável da nossa sociedade.

Um exemplo que ilustra bem essa importância é o desenvolvimento das primeiras civilizações, que ocorreu majoritariamente em locais próximos a reservatórios superficiais de água, como grandes rios. Desde o nascimento das primeiras civilizações, muitos anos se passaram e, com eles, o avanço tecnológico nos permitiu procurar por água abaixo do solo, em lençóis freáticos e aquíferos.

Em termos de quantidade, as águas subterrâneas representam cerca de 97% das águas doces em estado líquido do planeta. Dessa forma, os aquíferos são os maiores reservatórios de água doce da humanidade e hoje se consolidaram como recurso fundamental para o abastecimento hídrico rural e urbano.  

 

A importância das águas subterrâneas no Brasil

No mundo inteiro as águas subterrâneas desempenham papel-chave no abastecimento hídrico. No Brasil, a situação não é diferente: milhares de pessoas aqui dependem desse recurso para o abastecimento. As águas subterrâneas sustentam sistemas de irrigação para a produção de alimentos e a produção industrial. Pensando no meio ambiente, elas também são vitais para manter em equilíbrio importantes ecossistemas.

Segundo estudos de 2010 da Associação Nacional de Águas e Saneamento (ANA), as águas subterrâneas abastecem total ou parcialmente 52% dos municípios brasileiros. Em um contexto de mudanças climáticas, esse número é ainda mais relevante, pois coloca o uso de águas subterrâneas como suporte em casos de secas e desequilíbrios de chuvas, que se tornam cada vez mais comuns. Assim, o uso dessas águas faz parte de uma estrutura que visa assegurar a segurança hídrica para a população como um todo.

 

O uso de poços artesianos

Para compreender o uso de poços artesianos, é necessário saber como os aquíferos são formados. Sua formação ocorre quando as águas de precipitações penetram profundamente no solo e se acumulam em banheiras subterrâneas, chamadas de aquíferos. Diferentemente do lençol freático, que são águas subterrâneas mais próximas da superfície, os aquíferos estão em camadas mais profundas do solo.

A água captada por poços artesianos provém dessa camada mais profunda, dos aquíferos. Também chamados de poços tubulares profundos, os poços artesianos captam a água de aquíferos e podem atingir a profundidade de até 2.000 metros. Quando os poços artesianos são construídos com base em estudos hidrogeológicos e estão de acordo com as legislações ambientais, esses projetos possuem baixo impacto ambiental e podem ser considerados sustentáveis.

 

O ciclo da água

A sustentabilidade de um poço artesiano depende de dois fatores principais: do ciclo da água e da captação saudável do aquífero.

O ciclo da água é o fator natural, que ocorre com a interação da água com o meio. De forma simplificada, quando a água se transforma em vapor, ela se acumula em nuvens e volta para o solo na sua forma líquida, através da chuva. Os aquíferos são reabastecidos através dessa volta de água para o solo e pela penetração deste elemento até as camadas mais profundas, o que pode levar muitos anos.

Para que os níveis dos aquíferos se recuperem após a explotação, é necessário tempo para que ocorra a recarga deste reservatório. Portanto, entende-se que a retirada de água dos aquíferos não pode ultrapassar a taxa de recarga do mesmo. Somente assim, com esse cuidado, é possível considerar os poços artesianos como opções sustentáveis.

 

A superexplotação de poços artesianos

A quantidade de água subterrânea que pode ser bombeada com segurança, sem o risco de superexplotação do poço, depende da capacidade do reservatório natural e da taxa de recuperação do aquífero. Essa taxa de recuperação está sujeita  às condições hidrogeológicas do local. Por isso, é crucial a realização de estudos prévios, teste de bombeamento e acompanhamento regular dos níveis estático e dinâmico dos poços para garantir o uso responsável de um poço artesiano.

Dessa forma, é necessário compreender a velocidade de reabastecimento de água do aquífero para que a taxa de retirada do reservatório não ultrapasse a taxa de recarga natural desse poço. A falta deste cuidado traz como consequência a perda de vazão e o tornando insustentável a longo prazo.

 

Riscos da superexplotação de poços

A superexplotação de poços artesianos surge como um problema decorrente da má gestão e negligência em relação ao tempo necessário para a sua recuperação. O bombeamento excessivo dos poços, sem pausas adequadas para sua recuperação, resulta na diminuição dos níveis de água e na redução da vazão, muitas vezes levando à exaustão da reserva local e afetando o aquífero regional.

A superexplotação de poços apresenta outras consequências significativas, especialmente em áreas costeiras, onde o uso excessivo pode provocar a intrusão de água do mar nos aquíferos, aumentando a salinidade a níveis impróprios para consumo humano ou para a irrigação. Além disso, as mudanças no solo decorrentes de diversos processos podem permitir que contaminantes prejudiciais à saúde, como metais pesados, atinjam as fontes de água através da infiltração.

 

Cuidados para uma boa gestão de poços artesianos

Para evitar a superexplotação de um poço, deve-se realizar estudos da área, além de um planejamento feito por técnicos especializados no projeto, tudo conforme as legislações vigentes. Também é imprescindível uma gestão hídrica baseada em dados e que a retirada de água não ultrapasse a taxa de recuperação do poço. É importante sempre respeitar os limites naturais do poço.

É também necessário promover políticas públicas eficientes com relação à gestão hídrica. O fomento de estudos técnicos sobre as águas subterrâneas e as influências das mudanças climáticas é essencial para que as tomadas de decisão sejam embasadas em dados científicos e, portanto, mais eficazes.

 

Monitoramento hidrogeológico dos poços artesianos

O Monitoramento Hidrogeológico Integrado oferece uma solução completa para garantir o desempenho ideal do seu poço artesiano, seguindo as legislações ambientais vigentes. Com diagnósticos constantes, é possível se ter o uso estável e econômico do poço. O monitoramento adequado ajuda a antecipar futuras manutenções, e também detecta eventuais problemas que possam comprometer o abastecimento, assegurando a tranquilidade e a segurança que você merece para o seu negócio.

O trabalho de monitoramento hidrogeológico consiste na medição frequente dos níveis hidrodinâmicos do poço, avaliação dos níveis estático e dinâmico, aferição e controle de vazão, gestão do uso da água, avaliação e diagnóstico para possíveis manutenções. 

Com quase 60 anos, a Edisonda conta com equipe qualificada para avaliar e diagnosticar o funcionamento correto dos equipamentos do seu poço e oferecer a melhor solução em abastecimento do mercado.

 

Cultivando consciência sobre os recursos que dispomos

Mesmo que as águas subterrâneas estejam longe da nossa vista, é inegável o quanto o seu uso é fundamental para a sobrevivência da nossa sociedade. É preciso conscientizar o público geral e os tomadores de decisão sobre a importância da gestão correta desses bens naturais, para o nosso próprio bem-estar.

A Edisonda entende que os cuidados com a gestão dos poços artesianos são essenciais para prolongar a vida útil das águas subterrâneas. Por isso, agimos conforme todas as legislações vigentes para garantir água de qualidade ao mesmo tempo em que protegemos as reservas naturais. Temos um time de geólogos e profissionais técnicos especializados para planejar e executar todos os nossos projetos.

 

Confie em quem entrega água de qualidade com sustentabilidade, confie na Edisonda!